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Foto do escritorPor Carolina Girardelli

Comparação Social: A Armadilha das Redes Sociais



Vivemos em uma era marcada pela exposição constante nas redes sociais. O tempo todo somos bombardeados por imagens e histórias da vida dos outros: conquistas, viagens, aparência física, bens materiais. Isso pode gerar em nós uma sensação de inadequação e a falsa impressão de que não estamos "vivendo o suficiente". Esse fenômeno, chamado de comparação social, pode prejudicar significativamente a autoestima e a saúde mental.


A Natureza Humana da Comparação Social

A comparação com os outros é um comportamento natural. Desde pequenos, nos comparamos com colegas, irmãos e amigos, buscando referências para nos situarmos no mundo. Na teoria psicanalítica, essa dinâmica pode ser vista como parte do desenvolvimento do ego, que se forma pela relação com o outro. No entanto, a exposição intensa e contínua nas redes sociais amplifica essa tendência de maneira prejudicial, transformando algo que poderia ser saudável em uma verdadeira armadilha psicológica.


Impactos Psicológicos da Comparação Constante

Nas redes sociais, as pessoas costumam mostrar apenas os aspectos mais positivos de suas vidas, o que cria uma visão distorcida da realidade. Ao compararmos nossa vida real com essa versão editada da vida dos outros, podemos sentir que estamos sempre aquém. Esse processo impacta diretamente a autoestima, causando:


  • Baixa autoestima: A sensação de que não somos "bons o suficiente" pode se instalar, levando a sentimentos de inadequação e inferioridade.

  • Ansiedade: A pressão para alcançar padrões irreais de beleza, sucesso e felicidade pode gerar altos níveis de ansiedade, muitas vezes acompanhada pela necessidade de validação externa.

  • Depressão: A comparação constante pode alimentar a tristeza e o sentimento de desamparo, levando a quadros depressivos, especialmente quando sentimos que nunca alcançaremos o que vemos online.

  • Autoimagem distorcida: Ao tentar nos encaixar nos padrões das redes sociais, podemos desenvolver uma visão negativa e distorcida de nós mesmos, com foco em defeitos e falhas.


Na teoria psicanalítica, esses sentimentos podem estar relacionados ao ideal do eu, conceito que representa o conjunto de expectativas que construímos sobre quem deveríamos ser. Quando esse ideal é muito elevado, o ego sofre com a frustração e a sensação de fracasso constante.


Quando a Comparação se Torna Patológica

É importante observar que a comparação social, em um nível moderado, pode ser uma maneira de motivação e crescimento. Entretanto, quando isso se torna uma necessidade compulsiva ou uma forma de definir o próprio valor, o comportamento se torna patológico. Pessoas que se comparam obsessivamente tendem a viver em um estado de insatisfação crônica, o que pode levar ao isolamento social, transtornos alimentares, distúrbios de imagem corporal e outros problemas de saúde mental.


Estratégias para Cultivar uma Visão Mais Saudável de Si Mesmo

Reconhecer e romper com o ciclo de comparação social não é simples, mas é possível. Algumas estratégias podem ajudar a cultivar uma visão mais saudável de si mesmo:


  1. Autoconhecimento: O processo terapêutico psicanalítico é uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento. Através da análise de pensamentos, sentimentos e comportamentos, é possível identificar as raízes dessa necessidade de comparação e trabalhar para ressignificá-la.

  2. Filtrar o conteúdo consumido: Faça uma curadoria consciente do que você consome nas redes sociais. Siga perfis que promovem a autenticidade, o bem-estar e o desenvolvimento pessoal, e evite páginas que geram desconforto ou pressão.

  3. Lembrar-se da realidade: As redes sociais mostram apenas uma parte da vida das pessoas. É essencial lembrar que todos enfrentam dificuldades e que o que vemos online não reflete a realidade completa.

  4. Valorizar suas conquistas: Foque nas suas próprias realizações e no que você já conquistou, por menor que pareça. Pequenas vitórias cotidianas são igualmente importantes para o crescimento pessoal.

  5. Praticar a autocompaixão: Ser gentil consigo mesmo em momentos de dificuldade é crucial. Ao invés de se criticar, tente se tratar com o mesmo carinho que ofereceria a um amigo próximo.


Buscando Ajuda Psicanalítica

Se você sente que a comparação social está afetando profundamente sua autoestima e sua saúde mental, é fundamental buscar ajuda. Um psicoterapeuta da linha psicanalítica pode ajudar a entender as raízes desses sentimentos e trabalhar no fortalecimento do ego e na construção de uma autoimagem mais realista e saudável.


Os atendimentos podem ser feitos tanto de forma online quanto presencialmente. Em São Paulo, atendo na Rua Jericó, 255, cj 72 – Sumarezinho. E em Amparo, na Rua Duque de Caxias, 569 – Centro. Também ofereço consultas online para quem prefere essa modalidade. Para agendar, entre em contato pelo WhatsApp: (11) 99556-8275 (São Paulo) ou (19) 99856-6842 (Amparo).



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